Poucas horas depois de Yasiin Bey (Mos Def) ser confirmado pela produtora Jupiter Rising Film, de Los Angeles, como intérprete de Thelonious Monk em um filme biográfico, o espólio da lendário jazzista enviou e-mail à Pitchfork dizendo que o longa não foi autorizado pelos proprietários do direito.
“Este projeto e seu anúncio são totalmente desautorizados! Detesto o roteiro e controlo a música no catálogo de Thelonious. Não há envolvimento de ninguém da família Monk com este projeto e, na verdade, condenamos o esforço”, escreveu T.S. Monk, filho de Thelonious Monk e presidente e co-fundador da Rhythm-A-Ning Entertainment, empresa oficial da Thelonious Monk Estate .
O roteiro escrito por Peter Lord Moreland gira em torno da luta do pianista pelo sucesso musical, doença mental e o triângulo amoroso entre ele, sua esposa Nellie e uma das mulheres mais ricas do mundo, Nica Rothschild.
Apesar de ainda não ter diretor definido, a produção está programada para começar em 2022. Mas até lá muitas decisões podem ser tomadas, inclusive judicialmente. Yasiin disse (em comunicado) estar honrado por interpretar um dos seus ídolos. “Um líder. Um Senhor. Uma forma no espaço. Um homem de uma comunidade de devoção que viveu uma vida simples e distante da sociedade. Os adjetivos. Nunca podem ser substantivos. Amor. É um verbo. O futuro já aconteceu. E para sempre. É um evento atual”.
Um dos ícones do jazz bebop, Monk era considerado excêntrico, mas reservado, de poucas palavras. Sua melhor forma de expressar era tocando piano. Nas performances também incluía danças, durante o improviso de algum companheiro de banda. Abandonado na metade dos anos 1970 pela Columbia Records, foi declinando aos poucos. Deprimido e com diversos problemas de saúde, faleceu em 1982 depois de um AVC.
Foto: Guy Le Querrec/Magnum Photos
