Na altura dos seus 24 anos, CHIKA se tornou uma das vozes mais relevantes da cultura, tanto por causa dos temas que aborda, quanto pela forma que desenrola as ideias. Não por acaso, a cantora, rapper, atriz e ativista do Alabama foi aposta da XXL Magazine, recebeu indicações ao Grammy Awards, NAACP Awards e GLAAD Awards. Quase um ano depois de fazer uma apresentação bombástica no Tiny Desk e colocar na pista o EP “Industry Games”, ela soltou “Once Upon A Time”.
A narrativa dela é empolgante. Certeira. Tranquila. Compartilha contos sobre as crescentes dores da vida e do amor em menos de 15 minutos. Já na abertura, CHIKA se impõe. “Fairytales”, feita com BJ The Chicago Kid, ela dá uma rápida amostra da sua habilidade de rimar em diferentes velocidades. É hipnótica.
Suas sagas em “Cinderela Pt. 1 ”e“ Cinderela Pt. 2 ”, ressaltam sua forma “feroz” de passar a visão, ao mesmo tempo que nos refrões faz suas impressões com uma impressionante suavidade. Facilmente, ela vai do rap ao r&b e vice-versa. Desliza de um para o outro sem que os ouvidos percebam. É enfática em “Hickory Dickory”. Consistente do começo ao fim. O único problema é que o EP termina justamente no clímax. Isso é bom, pois te faz a voltar ao início, e ruim, porque deixa aquela vontade de ouvir um pouco mais.