Estar no topo das paradas é o desejo [e a meta] da grande maioria dos artistas. Quem não quer suas músicas na boca do povo, com milhões de plays e views? Cria das batalhas, e responsável por lançar a pedra fundamental da “Batalha da Praça”, em São Paulo, Kawe superou os próprios objetivos com “MDS”. Em janeiro de 2021, o rapper ultrapassou 4,5 milhões de ouvintes mensais no Spotify Brasil, chegou na primeira posição entre os artistas de rap mais ouvidos na plataforma – batendo Anitta e Wesley Safadão -, viralizou no TikTok e marcou presença nas principais charts musicais.
“Eu tô vivendo o momento mais punk da minha vida”, disse ele em mensagem de áudio. “As coisas estão acontecendo uma atrás da outra que é até difícil de acompanhar. Na real, é difícil de acompanhar e de processar o que eu tô vivendo. Tô curtindo o momento, saca!? Focado em todas as paradas, querendo fazer mais e mais… e, mano, espero ter um progresso maior que esse nas próximas.”
Mesmo tendo se dedicado para fazer o seu trabalho virar, e já conquistado números expressivos com singles anteriores, como “Iluminado”, Kawe não imaginava que a proporção seria tão gigantesca, inclusive alcançando o top #03 do YouTube com mais de 50 milhões de visualizações.
“Dessa forma que estourou eu jamais imaginaria que ia acontecer, mas eu sempre me imaginei grande, mano… nunca me subestimei. Sempre busquei ser melhor, sempre busquei progresso, sempre busquei melhorar minhas composições. Então, eu esperava acontecer algo do tipo, mas não tão grande. Tá sendo uma parada muito doida num momento muito foda da minha vida, saca!? Tamo trabalhando pra que isso continue progredindo e que os próximos lançamentos venham progredir dessa forma…”.
De fato, o MC não se acomodou na posição que chegou. Continuou fazendo seus corres e conseguiu uma ponte com o Haikaiss, um dos grupos que ele sempre curtiu e quis fazer parceria. Para o grupo, a admiração também é recíproca. Juntos fizeram o trapfunk “No Toque da Meca”. “Eu já conhecia o trabalho dele e sabia do potencial que ele iria se tornar, então respondemos que em troca a gente também gostaria que ele participasse de um som nosso e eles toparam na hora”, diz Pedro Qualy. “Começamos a trabalhar do zero, a gente não tinha nada no som. Começamos a escrever a letra e em menos de uma hora ela também já estava finalizada”.
Para o futuro, Kawe já tem muita bala na agulha para disparar, seja solo ou com feats previamente programados. Pela cobrança que sempre recebe do público, ele já está preparado para elevar ainda mais o nível nos próximos sons que vai colocar na pista. A caneta dele continua afiada.
“É mais uma cobrança do público… não digo nem cobrança, é mais uma expectativa que eles criam. Quando nós faz um lançamento bom, o que o público espera é lançamentos melhores daqueles que já foram lançados”, observa Kawe. Então, nós tem uma missão de sempre superar um lançamento nosso. E isso é foda, tá sempre fazendo um bagulho mais doido que o outro e isso é uma pressão muito grande. Quem é compositor me entende, porque não é fácil fazer uma composição mais fácil que a outra. Mas espero suprir essa expectativa que o público tem de mim”.
Foto: Tamires Damas