A funcionalidade do Spotify que mostra as letras das músicas vai ajudar os ouvintes a entenderem as rimas da grande maioria dos MCs de trap. É, isso é uma crítica, mas não se aplica a todos. Nessa seleta lista de “entendíveis” está Dudu.
Aos 17 anos, o MC entrega o consistente “Acídia”, que apesar de ter apenas 8 músicas é considerado o álbum de estreia dele. A pouca idade não se reflete nas composições. Em vez de seguir as regras, ele vai por um caminho diferente. Não entra nos clichês da vertente mais jovem do rap. Usa todos seus recursos identitários, mas foge do óbvio. É versátil. Também melancólico, como sugere o título. Te chama para a festa, romantiza, critica e reflete sobre os problemas cotidianos.
“A inspiração está nas minhas experiências, coisas que eu passei e mais ainda, coisas que eu pensei”, diz Dudu. “Foi um momento muito específico e enquanto algumas músicas foram feitas de uma forma muito especial, outras foram feitas do nada. O processo criativo foi uma parada muito brainstorm, foi acontecendo”.
Seja na estética, letras e na forma que Dudu interpreta – usando um auto-tune que não interfere no entendimento das ideias que ele pretende passar -, o projeto se mantém sólido nos quase 24 minutos de duração. Tem autenticidade. “Party”, “Coisas Mais Estranhas 01” e “Calabasas” merecem atenção. As 3 dão uma ampla visão do potencial que o artista tem para transitar em estruturas distintas.
“Eu quero que a minha música seja escutada por todas as pessoas de todas as classes, de todas as formas”, afirma. “Eu quero que a minha música chegue em todos e acho que é isso que eu quero fazer: música pra sempre. E que a minha música evolua de forma que todas as pessoas possam absorvê-la, independente da forma que se apresente”.
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