Apresentada ao mundo em 1965 na voz de Nina Simone, “Feeling Good” virou um hino pela representatividade e todo o sentimento que carrega. Observando o momento atual, em que a comunidade negra vai às ruas de diversas cidades do mundo (mais uma vez) para pedir justiça e igualdade, o Mental Abstrato convidou a angolana Weza Suqina para uma versão contemporânea desse clássico.
“Apesar da Nina não ser a compositora desta letra, ela eternizou a canção com sua interpretação e revisitar sua arte, reflexões e atitude por toda vida, sejam diretas ou indiretamente por diversos pontos de vista, sempre terão ligações com as questões raciais e empoderamento do povo preto, de ontem, hoje e sempre”, observam os cabeças pensantes (Omig One, Calmão Tranquis e Guimas Santos) do grupo.
O primeiro contato com a Weza foi em 2015, período em que ela estava no Brasil para estudar. Suas interpretações no mic aberto em algumas Jazz Sessions no Matilha Cultural chamou a atenção. “Quando ela pegava o microfone era fantástico. Baixava nela uma essência das divas do Jazz & Blues de deixar qualquer um em choque com sua voz. Nos conhecemos em algum dia lá no Matilha e virou da família até hoje. Fizemos muitos shows juntos e temos fé de estarmos juntos no palco novamente”.
Esse mesmo sentimento, ela coloca nos versos. Seguindo o vigoroso instrumental, Weza Suquina transmite sua aura inspiracional através de uma voz firme e potente.
“A Feeling Good, veio no primeiro ensaio que fizemos juntos em estúdio, antecedendo algum show que tínhamos para realizar juntos”, dizem. “Para a escolha do repertório, começamos a soltar vários beats que tinha a cara dela em nossa visão e quando entrou esse, ela começou a cantar numa emoção tão incrível e tão particular também com improvisos vocais, que quando parou o som todos c olharam e falamos: precisamos gravar isto urgente”.
Mesmo tendo lançado recentemente o álbum “UZOMA”, o Mental Abstrato já trabalha na produção de um EP e de singles que estarão disponíveis com exclusividade no Bandcamp.
*Foto: Felipe Gabriel
Indicamos também: JD ON THA TRACK: “O trap é rap. E lá (nos EUA) é assim também. É tudo rap”. Leia aqui.