As vítimas de violência têm cor, endereço e classe social. Mas não se encontra uma solução eficaz para que ela seja extinta. E muitas vezes os atos violentos partem de quem deveria proteger. Por esse motivo, My e Jay, do Abronca, decidiram resgatar uma música de 7 anos atrás para questionarem: a culpa é de quem?
“É um protesto sobre o acontecimento da tragédia do 174, porém ele se encaixa com várias outras tragédias, como o assassinato da Marielle Franco, como o assassinato do meu tio William, e o assassinato de todas as crianças inocentes mortas pela violência no Brasil”, diz Jay. “Não podemos nos calar diante de toda essa violência, então a nossa música é como se fosse um soco na cara em muitos que se fingem de cegos”.
Nas linhas, elas abordam as variadas facetas do conflito urbano, seja em casos envolvendo familiares e os de comoção nacional. Para complementar o enredo, as MCs convidaram o diretor Taylan Mutaf para a produção de um vídeo com imagens de arquivo e manchetes de telejornais. É impactante. Mostra a realidade daqueles que vivem nas periferias.
“Ele propõe uma reflexão sobre as origens dos problemas sociais no país e suas principais vítimas, que em geral são pessoas negras, observa My. “Agora com tantos acontecimentos que vem marcando o país e o estado do Rio de Janeiro, queremos gritar pro mundo esse som e ser voz de muitos que não podem se expressar”.
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