Porra, hoje bateu saudade de lembrar de como o RAP é bom desde sempre, desde quando eu percebi que aquilo que chamavam de barulho eu chamaria de paixão, e olha que vi muita coisa mudando, muita novidade surgir feito faísca e sumir sem deixar vestígio, vi muita música se silenciar no falante do rádio com um puxão de tomada.

Também vi cores, vi flores brotando no cimento da calçada. Vi a beleza sair feito borboleta no estômago de um coração recém apaixonado. Ouvia música bonita desde sempre, só não sabia na época.

Arranhando um pouco mais os quadros que cercam minha memória pude lembrar de sons que amava na época, cantava do início ao fim sem errar uma letra, e olhando agora eu vejo como pouco mudou de lá pra cá, as feridas continuam abertas pelos mesmos motivos. Os ventos mudam e o RAP permanece atual.

FACE DA MORTE – A VINGANÇA

O filho do patrão, a filha da empregada vira uma vítima indefesa; o final triste sempre para o mesmo lado. O abuso retratado a tempos atrás não mudou, o homem permanece em sua grande maioria um verdadeiro animal.

FACÇÃO CENTRAL – DESCULPA, MÃE

O filho arrependido ao se deparar com a lágrima no rosto mãe; a guerreira derrotando as noites frias em busca de uma notícia. A tristeza aparece cada vez que esse som se repete.

SAUDADES MIL – 509-E

E não é que quando o coração podia falar éramos incrivelmente delicados, anda mais bonitos? Quando um único sorriso poderia ser escrito em milhares de formas e em diferentes canções, sabe? Só de pensar… Saudades mil!

https://youtu.be/WQgMgLPW7o8

O RAP cabe em infinitas linhas, e eu me jogaria em infinitas linhas pelo RAP. O tempo não consegue apagar o que esses monstros criaram, e não tem como. O RAP é de ontem, de hoje, de todos os dias.

*Foto: João Wainer/Divulgação

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