Mais uma vez a Little Simz supera as expectativas. Os singles “Offence“, “101FM” e “Selfish” já sinalizavam que “GREY Area” seria explosivo. Não deu outra, Simz apresentou um trabalho com uma variações de neo-soul, funk e pop experimental, sem abandonar as raízes do rap e do grime que refletem sua identidade.
Na companhia de Cleo Sol, Chronixx, Little Dragon e Michael Kiwanuka, a MC do subúrbio de Londres fornece suas experiências de vida junto com observações mais amplas da sociedade. Little Simz é combativa, feroz. Fala de consciência política, inteligência e integridade. Às vezes de forma amena. Mas tem seu lado agressivo.
“Venom” dá uma amostra de como Little Simz trata de alguns assuntos. “Foda-se quem não acredita / Eles nunca querem admitir que sou o melhor aqui / Pelo simples fato de eu ter ovários / É o mundo de uma mulher, por assim dizer”. A track não é extensa. Mas o conteúdo lírico é repleto de verdades – direta no alvo. Um dos contrapontos é “Flowers”. Nela, Simz expõe seus sentimentos. Os vocais de Michael Kiwanuka dão ainda mais emoção a composição que também fala de perdas, autoestima e lutas internas. Maravilhosa.
Little Simz é enérgica. Sua facilidade com as palavras prende a atenção. Te faz ir até o fim e retornar novamente. “GREY Area” é viciante. Uma caixa de boas surpresas.
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