Nas HQs Rashid pegou suas referências para a animação “Não É Desenho”. “É um paralelo entre nossa realidade e aquilo que gostaríamos que ela fosse, criando uma ponte entre os mundos… É a maneira mais poética para descrever, na verdade, o choque de realidade que há nas entrelinhas da vida real”, diz.
Na posição de narrador e personagem de sua própria história, o MC mostra que os super-heróis [e heroínas] nem sempre têm superpoderes ou usam capa, mas fazem a diferença na sociedade, como Marielle Franco.
Rashid considera que este tenha sido um dos trabalhos mais legais que já fez, porque explora algo ainda inédito e faz uma ligação entre o rap e a cultura dos quadrinhos, que ele acompanha de perto. Utilizando a técnica de rotoscopia, em que desenha-se por cima de cenas gravadas para depois animar quadro a quadro, o filme explora as cores vermelho e preto, bem no estilo “sujo” de Sin City, um trato visual, segundo ele, que veio acrescentar mais uma linguagem às suas experimentações.
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