Assim como fez quando participou do Sofar Latin America, Bia Ferreira conquista o ouvinte já nas estrofes iniciais de “Eu Boto Fé”. Com sua poderosa voz, Bia é enfática na mensagem que pretende transmitir. “Apesar da diversidade de vivencia de cada indivíduo, da atual conjuntura política do país, com um atual governo golpista e a eleição de um governante fascista, e do retrocesso de direitos sociais, é possível despertar a fé para que possamos prosseguir”, diz.

A inspiração para escrever essa suingada e, ao mesmo tempo, crítica canção veio depois de Bia ouvir conversas de senhoras idosas após o expediente como faxineiras. BNegão abraçou a ideia. “Fiquei assombrado e emocionado pela capacidade musical, criativa, vocal e energética dessa criatura… isso sem contar as suas letras, que estão num patamar acima do normal, dentro da música brasileira”, observa BNegão. “Fico muito feliz em fazer parte dessa história, que está apenas começando”.

Bia retribui a admiração de BNegão, um dos artistas mais contestadores da música brasileira. “Sendo ele uma das vozes da revolução de uma geração anterior a minha, a nossa parceria é emblemática. Mostra que estou no caminho certo, que nossa luta é igual e que estamos lutando pela liberdade de expressão, lutando para que as pessoas possam ter fé, também através da liberdade religiosa”.

Muito elogiada por Caetano Veloso, Bia trabalha no seu projeto de estreia, previsto para janeiro de 2019. Atualmente, ela personifica Elza Soares no musical “Elza”,
na temporada de São Paulo. E mesmo sem ter um material completo, foi
indicada ao prêmio de revelação no Women Music Award 2018 – a
única preta indicada na categoria.

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