Na última sexta-feira (16), a Recayd Mob se apresentou na casa noturna Scooba, localizada em Imbé, litoral do Rio Grande do Sul. Por não se tratar de uma cidade maior como a capital, havia dúvidas quanto a lotação e até mesmo a receptividade do público, justamente pelo fato de serem independentes – com exceção de Jé Santiago, contratado pela Kondzilla, os integrantes não fazem parte de gravadoras – e isto impactar no que se refere aos desafios de um trabalho autoral.
A Mob, constituída por Derek, Jé Santiago, Dfideliz, Klyn e Mc Igú, representa hoje um dos principais nomes do trap nacional, gênero que ficou característico pelo lifestyle de ostentação, forte influência de moda (alta costura meets streetstyle), drogas e narcóticos. Mas mesmo bebendo dessa fonte originária da gringa, os integrantes conseguem atribuir originalidade e identidade em sua arte como um todo, inspirando milhares de jovens através das redes sociais.
Recentemente a Recayd bateu a marca de 10 milhões de visualizações no vídeo clipe de “Plaqtudum”. Independente de você curtir trap e o som dos guris, é indiscutível o potencial artístico não só em termos de produção, mas também em conquistar um público tão ávido, empolgado e envolvido.
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O impacto de carreiras majoritariamente protagonizadas por jovens negros em uma sociedade racista como a brasileira é eminente. Recentemente atacado por comentários de cunho racista nas redes sociais, Dfideliz respondeu da melhor forma: com sua música e a ascensão que esta vem os colocando. Muito mais do que lifestyle, é também sobre criar suas próprias oportunidades. Para mim, é sobre isso que a música verdadeiramente é capaz de expressar.
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