De fato, Amar é Para os Fortes. Marcelo D2 confirma a afirmação em seu “disco para ver” que carrega o mesmo título. Ao ouvir o LP, sem a companhia do filme, você pode não entender a proposta, nem a mensagem que D2 pretende transmitir com seu primeiro experimento cinematográfico. Mas quando as duas artes se juntam, a mágica acontece. Há uma perfeita sincronia entre áudio e vídeo. Um diz o outro mostra.
“Amar é Para os Fortes” tem um enredo apaixonante. Os diálogos são mínimos, a música desenrola o roteiro. D2 te coloca dentro da cena. Faz fusões inesperadas, e ao mesmo tempo harmoniosas, de encenações artísticas com tiroteios. No média, Marcelo também mostra suas influências, algumas de forma mais explícitas outras nem tanto. Tem um pouco de Basquiat X Warhol, Picasso, Hélio Oiticica (Seja Marginal, seja Herói), Larry Clark, do clássico Kids, Hip Hop, a boemia carioca. D2 é sútil. Protesta, principalmente contra o armamento. Um cartaz colado na porta diz: Marielle presente.
“Amar é Para os Fortes” é empolgante. Mostra que o amor vence o mal. Também enfatiza a importância da arte para a transformação dos indivíduos. Mas não é muito mais que isso. Ele traz uma reflexão sobre oportunidades. Sinistro abraçou com paixão a que teve. Já Maytor não conseguiu (ou não quis fazer o corre, preferiu o “caminho mais fácil”) a sua válvula de escape. Amizade e escolhas entram no conjunto da obra. Amigos de infância, os protagonistas escolhem caminhos diferentes. Sinistro já tinha dado o papo: “é isso que eles querem de nós […] Temos que quebrar eles de outro jeito, fazendo arte”. Maytor não quis ouvir. E teve outro destino [que ninguém sabe].
Amar é Para os Fortes!
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