Durante a estadia no Brasil para a turnê do álbum “Ash“, as irmãs Lisa-Kandé e Naomi Díaz, do Ibeyi, aproveitaram para se conectarem com a música tupiniquim. Em São Paulo, elas se encontraram com Emicida. As ideias se entrelaçaram. Então, decidiram colocar tudo no papel e, logo depois, registrar. A união gerou “Hacia El Amor”, uma ode em celebração da fraternidade.

“Às vezes você conhece um artista e não sabe como ou por quê, mas imediatamente se torna parte de sua família criativa”, diz Lisa-Kandé sobre a parceria com Emicida, que enaltece o talento das gêmeas e as compara com ícones da música preta brasileira. “Fico feliz que conseguimos criar um som com tanta paixão, que fala algo tão especial pro nosso tempo”, diz ele. “Eu sou fã delas, acompanho há alguns anos, desde o primeiro disco, sinto nelas algo muito importante parecido com grandes artistas brasileiros como Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Tia Doca, gente que viu na música uma oportunidade de compartilhar suas raízes com orgulho”.

Cantada em inglês pelo Ibeyi e português por Emicida, que também faz algumas linhas em espanhol, “Hacia El Amor” é repleta de referências das tradições africanas, inclusive nos tambores cadenciados, que se somam às batidas eletrônicas. Márcio Arantes, co-autor e produtor da canção, diz que “buscou algo em comum entre eles, que servisse de espinha dorsal para a construção da música”.

“E foi através da ancestralidade negra que isso se deu: usamos um padrão rítmico existente tanto no candomblé brasileiro como na santeria cubana (país de origem das meninas) e sobre esse elemento, não apenas todo o arranjo foi criado mas também a canção se inspirou, falando da igualdade entre todos nós”.

Juntamente com o single, o “trio” também apresentou o videoclipe, gravado em Paris, na França, reduto das Ibeyi. O filme, cheio de cores, dança, arte e pluralidade, é dirigido por Christian Beuchet.

*Foto capa: Fióti

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