Em 2013 durante o show de lançamento do segundo disco solo do Edi Rock no bar Opinião nosso editor-chefe trocou uma ideia com o rapper Spaw. Na ocasião, ele falou da importância e o quanto a música “Afrocalipse” tinha marcado sua adolescência.
Para sua surpresa na rápida conversa, o artista revelou que preparava uma 2ª parte do som. No ano seguinte a continuação não veio, mas a proposta tomou novos rumos. A música acabou dando nome ao um grupo formado por Spaw onde reuniu amigos e parceiros para fazerem do tema da música uma proposta sonora e visual.
Pra geração Nutella que não conhece, esse foi um dos hinos do rap gaúcho em meados dos anos 2000. Com um tema polêmico, um refrão forte e um beat potente de Riztocrat, a faixa era uma colaboração entres os extintos grupos Dependentes e Manos do Rap, e fazia parte da coletânea Operação Contágio. O projeto lançado em 2004 pelo grupo Da Guedes tinha como objetivo dar visibilidade a atrações emergentes da cena local. Já que no início dos anos 2000, o Rap gaúcho era um seleiro de talentos, artistas Ultramen, Jacksom, Sevelonx, Nitro Di e o próprio Da Guedes eram alguns nomes que despontavam no RS e mesmo sem internet já chegavam ao centro do país.
Agora, quase 13 após seu lançamento a canção ganhou a merecida continuação. Na parte #1, Spaw encerra seu verso como o prenúncio:
“Eu canto por minha gente / eu faço pelo meu povo / quando for preciso / eu vou estar aqui, firme de novo!”
Dessa vez a sonoridade veio na linha do R&B, mas o tema é o mesmo: empoderamento e a representatividade negra, tanto que, a letra é cheia de referências a alguns ídolos negros, como Malcolm X, Bob Marley, LeBron James, Ronaldinho Gáucho e Paulo César Tinga; assista abaixo!