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Rapadura no “Universo do Canto Falado”

Conversei pela última vez com o Rapadura em abril de 2019 [escute AQUI no segundo episódio do podcast “Ideias de Mil Grau]. O cenário era outro, mas o caos político estava apenas começando. Numa tarde chuvosa, ele adiantou qual seria o direcionamento do álbum “Universo do Canto Falado”, que tinha começado a criar em 2013.

“O disco vem com muitas críticas sociais. Muitas críticas políticas… por que é o que a gente tá vivendo, não tem como ser diferente. Tá tudo aí”, disse. “E é o que eu to passando, vivendo, sentindo e vendo. Não tem como falar de outra parada vivendo no Brasil que a gente está hoje. Essa é a nossa realidade.

De fato, as doze músicas produzidas por Carlos Cachaça têm denúncias contra o descaso do governo com os brasileiros, a xenofobia, o racismo e as mazelas sofridas diariamente por quem está na base da pirâmide social. Mas Rapadura não usa a forma clássica do gangsta rap para expor descontentamentos. Coloca a poesia no centro. E nos versos também expõe suas dúvidas, medos e decepções.

“Tive momentos difíceis. Mas quando me vi sem rumo, minha cultura me estendeu a mão e me trouxe de volta. Retornei ao meu eu com toda potência e fome acumuladas. Me reconheci outra vez, me aceitei e tudo foi escrito, produzido e gravado na mais pura sinceridade e lealdade a tudo que vivi nos últimos anos”, reflete. “Em tempos tão frios, trago calor humano. Minha terra está em mim. Todo canto que piso, se torna Nordeste”.

As palavras são muito bem colocadas numa fusão de estilos consagrados por Catia de França, Marinês, Sivuca, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro. É por isso que há uma diversidade que mostra a musicalidade  do Brasil. O MC cearence transita entre o brega, baião, coco, carimbó, repente, embolada. Tudo inserido em boom baps e samples.

“A ideia sempre foi criar um novo universo sonoro a partir da mistura de todas as influências musicais que carrego comigo. São estilos que aprecio e entramos nesse desafio de trazer algo inovador, mas sem perder a identidade. Me aprofundei mais no canto, permiti explorar minha voz  para buscar novas melodias, que deixem mais nítidas as canções do meu interior. Algo mágico e profundo. Forte e sincero, como é meu povo”.

Ao nos levar para uma imersão ao seu universo, Rapadura traz afago, mostra que há esperança, e que é preciso ser forte para superar as adversidades, mesmo que não exista força e apoio.

Rapadura explica as tracks

Universo do Canto Falado” é a música que abre e dá nome ao disco. A letra aborda esse universo que existe entre o concreto e abstrato e traz minha raiz entre as rimas, rap e repente. Em seguida, a faixa “Saga Cega” apresento uma mescla do rap com world music e regional, para contar uma trajetória de vida difícil com a superação e vitória do nordestino. Com guitarra paraense e latin music, “País Sem Norte” é uma ode ao Norte e também uma crítica ao Brasil sem rumo.

A parceria com Baianasystem em “Olho de Boi” traz na união de rap, ragga, reggae e speed flow. Um nordeste psicodélico e místico. O amuleto reflete os medos, demônios e como são afastados com a força e luz interior. A quinta faixa, “Aboio”, reflete sobre o pertencimento a todos os cantos e também à lugar nenhum. A imigração está no ato de colocar uma mochila nas costas e apenas ir. “Paga Pra Ver”, que marca a metade do disco, é uma mensagem sobre a desigualdade e desequilíbrio sociais em um rap enriquecido pelo rock e maracatu.

Meu Ceará”, no estilo boom bap, o clássico do rap, faz homenagem a minha terra natal com uma composição que conta o seu fantástico mundo, com uma dádiva divina e a luz do ventre de onde veio. A canção “Obra Criação” transita pelo rural e urbano na saga de um construtor de pontes entre a seca e o litoral, figurando a travessia entre os concretos e a tecnologia. “Quebra Queixo”, o primeiro single lançado do disco, em 2019, traz a sua regionalidade na vida e luta do povo contra o governo e a rebeldia da esperança. É um grande manifesto popular.

A libertação de seguir o próprio caminho, mesmo, muitas vezes, ele sendo o mais difícil é retratada em “Desapego”, uma mescla de pop, rap e rock, que provoca a sensação de tirar o peso do mundo nas costas. A faixa “Rap Star” é uma celebração ao estilo que me faz seguir a carreira e me inspira desde sempre – “O rap é a estrela que brilha dentro de nós. Nele não existe rei, nem melhor e nem pior. Ele não tem dono. É de todxs”. Para fechar o disco, “A Peleja de Xique Chico”, um rap psicodélico que reflete sobre o ser desumano e como estamos nos tornando cada vez mais máquinas, tóxicos e prejudiciais à terra. Nos afastando cada vez mais do princípio e conceito de humanidade.

*Foto Paola Vianna

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