Não tinha como dar errado o encontro da intensidade psicodélica do Baiana System com o fervor do RAPadura. O ajuntamento dessas duas potências nordestinas gerou a inflamada “Olho de Boi”, que faz referência a uma semente usada como amuleto para canalizar a energia e espantar o mau olhado. E a utilização do adjetivo não é apenas para fazer um mero elogio. De fato, a música te leva para outra atmosfera. Tem força.
O uso de elementos de dub, rock, tecno brega e calypso na estruturam casam perfeitamente com as questões tratadas nos versos velozes de RAPadura. São acelerados, mas entendíveis. “Olho de Boi” é um canto do povo, é a nossa alegria e força em uma mesma pancada. O Nordeste é um universo paralelo muito mais além”, diz o MC. “O encontro com Baiana foi a consequência de uma admiração recíproca e da identificação ideológica que temos. Somos Ceará & Bahia, Nordeste, Brasil e América Latina”.
Para o videoclipe, RAPadura evoca os índios da América do Sul. O enredo faz alusão ao Mito da Caverna de Platão. Por isso, a locação escolhida foi a Caverna do Diabo, no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), em SP. A estética acompanha a concepção. Chega a ser sombrio. E para entender a proposta leva um certo tempo. “Conseguimos fazer algo inesperado que casa com a mensagem social da letra”, diz o diretor Raul Machado.
Seguindo o filme “Quebra-Queixo“, a música faz parte do próximo disco do RAPadura, produzido por Carlos Cachaça, previsto para chegar às plataformas ainda em 2019.
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