A musicalidade do RAPadura é singular. O RAP que ele faz tem as características do Brasil, assim como a alcunha que escolheu. Não por acaso, ele se tornou um dos rappers que mais faz shows na Europa. Numa tarde chuvosa, de 21 de março, nos encontramos na Matilha Cultural, região central de São Paulo, para uma conversa sobre vida, carreira, o momento político, social e cultural do Brasil, e do seu próximo disco.

A entrevista foi feita para uma matéria de perfil, publicada na estreia do filme “Quebra-Queixo” (leia AQUI). Mas decidimos transformar o áudio em podcast para compartilhar toda a atmosfera do momento, as ideias e vivências do RAPadura.

“Tá faltando amor, tá faltando aproximação com as pessoas. Tudo é na internet. Tudo é pelo celular. Ninguém tem mais essa relação humana, de se reunir, de se encontrar… Tá um bagulho muito mecânico, tá ligado!? Isso aí vai esfriando as pessoas”, diz ele. “Eu acredito no calor humano, porque já teve ocasiões de estar no show e de o cara me abraçar e chorar falando que tinha tentado se suicidar… O cara disse: Eu tava doidão e você me abraçou, me deu atenção, conversou comigo. Quantas vezes a gente não viu alguém na rua e tentou se afastar? A minha esperança é esta: a aproximação humana. Eu tenho 2 filhas e to sempre com elas, porque é importante estar junto agora, não amanhã, não depois quando acontecer uma tragédia”.

Este é o segundo episódio do “Ideias de MIL GRAU”. Na estreia, conversamos com o legendário DJ KL JAY (ouça AQUI).

Indicamos também: “O Som Nosso de Cada Dia” nos dai hoje. Leia aqui.