O baiano Jorge Dubman é um exímio conhecedor das raízes do reggae. Responsável por manter a cadência da “cozinha” da IFÁ, o baterista assume a identidade de Dr. Drumah para fazer experimentações usando as batidas eletrônicas do rap com samples da música mais popular da Jamaica. “Notei que na história do rap muito da influência veio da Jamaica (toasters, DJ’s, sistema de som, dubplates, Efx), levados pelos próprios imigrantes jamaicanos, mas que esse era um assunto sempre genérico em matérias e documentários”, diz.
Ao se aprofundar nas pesquisas, Dubman observou que faltava um mergulho ainda mais profundo no enorme oceano do reggae. Isso resultou no disco “Creation & Foundation”, que saiu pelo selo americano 77 Rise Recordings – inclusive em fita K7 [já esgotadas no Brasil].
“O processo de construção envolveu uma pesquisa grande, escutando muitos discos, vendo documentários da década de 70, buscando entender o modo que os jamaicanos produziam e sentindo a atmosfera das mixagens. Nessas escutas, eu ia filtrando o que era mais interessante para samplear, o que não fosse tão conhecido e óbvio para o público”.
A busca do doutor gerou resultados positivos. Longe dos padrões, ele te coloca numa atmosfera cativante, singular. Difícil não cair na ginga. Em seus projetos anteriores, Jorge também fez fusões bem elaboradas usando como base o jazz, Sci-Fi, afrofuturismo e boom bap.
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