Uma metáfora, um grupo, um projeto, um espírito, uma impressão de tempo. Essas são algumas definições do Dinner Party (o jantar), um supergrupo formado por Terrace Martin, Robert Glasper, Kamasi Washington e 9th Wonder com a participação o vocalista Phoelix. O projeto celebra o legado e a evolução de quatro músicos que têm contribuído para a arte nas últimas três décadas, mesclando jazz, RAP, R&B, funk e soul.
“O Dinner Party é uma expressão de alegria, diversão e riso sem ego – bons amigos se juntando e todos trazendo ingredientes diferentes para a mesa”, dizem.
A reunião se iniciou durante uma turnê de Martin e Glasper estavam na estrada. A ideia inicial era fundir muitas de suas influências e práticas num som que acenasse para o jazz e o soul, mas, finalmente, enraizada no hip-hop. Assim, Martin convidou Kamasi, um amigo de longa data que ele conheceu em 1992 numa banda de jazz do ensino médio, e o produtor 9th Wonder, para elevar o projeto musicalmente. Quase dois anos depois de iniciar as conversas, Martin alugou os estúdios Chalice em Los Angeles no final de 2019 e o quarteto se dedicou na arquitetura do auto-intitulado projeto de estreia.
Individualmente, todos os 4 têm um pedigree musical que exige os elogios que recebem. Terrace Martin, artista, produtor e multi-instrumentista indicado três vezes ao Grammy, destacou-se nos discos de Kendrick Lamar, “M.A.A.D. city” e “To Pimp A Butterfly”, juntamente com contribuições para projetos recentes de Travis Scott, Stevie Wonder, Snoop Dogg, Herbie Hancock. O saxofonista Kamasi Washington é um dos grandes nomes do jazz moderno, tendo sido premiado com o American Music Prize por seu aclamado LP de 2015, “The Epic”. O DJ e produtor 9th Wonder trabalhou com alguns dos artistas mais influentes da música, como Erykah Badu, Kendrick Lamar, Mary J. Blige, Drake, Nipsey Hustle, Anderson .Paak. Por fim, o sete vezes produtor e pianista indicado ao Grammy Robert Glasper, que ganhou um Grammy Award de Melhor Álbum de R&B, tem sido uma grande força na música há décadas, além de filmes, incluindo sua vitória na maior premiação da música pela trilha sonora de Miles Ahead e um Emmy por sua contribuição para “Letter To The Free”, do documentário a 13ª Emenda de Ava Duvernay.
A primeira ação efetiva deles foi o single “Freeze Tag”. A melodia suave com uma produção otimista são acompanhadas por letras sobre a situação dos negros contra o racismo sistêmico e a brutalidade policial. É sobre a experiência cotidiana da comunidade negra estadunidense e de outras pessoas ao redor do mundo, e sua relevância no auge do maior movimento de direitos civis do século XXI.
Apesar de ser composto por apenas 7 músicas, o álbum faz uma entrega irrepreensível. Inspira e obriga o ouvinte a manter o repeat ativado.
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