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Ele é Bruno BO, mas pode chamar de doutor “Afroamazônico” do RAP

O rap também criou raízes no Pará. Um dos pioneiros e maior expoente é Bruno BO, antropólogo e o primeiro rapper a conquistar o título de doutor. Assim, alia seu conhecimento de antropológico aos elementos da cultura Hip Hop e à musicalidade paraense. A mixtape “Afroamazônico” evidencia essa combinação.

Na exposição das ideias sobre ancestralidade, visão de mundo, problemas sociais, e amor, ele faz experimentações utilizando bases de cumbia, guitarrada, lambada, carimbó e tecnobrega. “Bruno sentiu a necessidade de fazer algo autoral que se identificasse com suas referências musicais além do Rap”, observa o DJ Morcegão, responsável pela produção do álbum. “Trazemos na mixtape colagens do Rap nacional, scratchs, vozes e elementos regionais como o Carimbó, além de frases, vinhetas e loops”.

O ponto de partida do projeto, que também antecipa um DVD homônimo, previsto para o segundo semestre de 2019, foi a música “Arma Literária”, que ganhou um videoclipe com a participação do rapper fluminense Thiago Elniño e dos paraenses do Bando Mastodontes. No filme, ele explora as referências religiosas da Amazônia. “De imediato a energia e o que se desenrolou durante a gravação nos disse que o momento era bem mais que só uma música, bem mais que só um clipe. Aa gente estava ali, porque tínhamos que estar. Tínhamos que eternizar aquele momento, porque ele era para ser eterno”, diz Elniño.

Bruno BO complementa que “a ideia é expor que nossas raízes e  ancestralidade é tudo aquilo que aprendemos e escrevemos. Nossa literatura oral foi se adaptando até chegar ao Rap, o qual é a nossa arma literária para combater a opressão e o racismo”.

Com “Afroamazônico”, o MC / doutor pretende disseminar a cultura paraense para os quatro cantos do Brasil e, por que não, do mundo acompanhado de Bruna BG, Negro Edi, Pjó, Slim Rimografia, Souto MC, Manoel Cordeiro, Nanna Reis, Keila e Waldo Squash.

A conexão é feita em parceria com a Natura Musical, que tem investido na valorização da criatividade e diversidade brasileira.

Bruno BO – Afroamazônico

Indicamos também: Entrevista | DJ KL JAY: “O rap não pode ser politicamente correto, senão fica engessado, igual partido político”. Leia aqui.

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