YES, LAWD! Nunca diga nunca. Mas Anderson. Paak nos permite a abrir excessões. Ele nunca decepciona. Pelo menos até agora todos os projetos apresentados por Paak são irrepreensíveis, inclusive suas performances – incomparáveis. “Oxnard” não foge à regra. Tem funk cheio de influências do Parliament Funkadelic. É pulsante. Crítico. Emotivo. Contestador.
Especuladoras já o colocam no topo dos melhores discos de 2018. Outros dizem que na primeira semana venderá cerca de 35 mil unidades físicas. Os números são importantes. Mas a obra de Anderson. Paak possui uma singularidade que a matemática não consegue multiplicar. Engenhosamente arquitetado por Dr. Dre, o LP faz uma viagem pelas referências musicais de Anderson – do r&b ao dance. Na excursão, o multi-instrumentista tem boas companhias: Kendrick Lamar [que faz parceria na empolgante Tints], Dr. Dre, Snoop Dogg, J. Cole, Q-Tip, Pusha T, Kadhja Bonet, Norelle, Cocoa Sarai, the Last Artful, Dodgr and BJ the Chicago Kid.
“Oxnard” faz referência a cidade em que Anderson. Paak nasceu, na Califórnia, e sinaliza qual o caminho que ele está indo. “Este é o meu álbum mais ambicioso”, diz. “Trabalhando com um produtor líder como Dr. Dre, eu sinto que ele, junto com o time que nós montamos, tirou o melhor de mim. Nós nos divertimos enfrentando as mudanças de humor e a diferença de cada um. Aprendemos muito desde “Malibu”. Já rodamos o mundo duas vezes e agora é hora de trazê-lo de volta para casa. O mesmo homem, mas renovado”.
O objetivo de Paak é compartilhar a essência da sua origem, mostrar os valores da terra onde cresceu. Por isso, ao mesmo tempo que coloca todo mundo para dançar, ele faz com que os ouvintes reflitam [“6 Summers” é a mais contundente] sobre violência policial, racismo e a política do atual presidente da América. Com sátiras Anderson. Paak “alquimiza” os temas, fazendo com que a mensagem não seja tão carregada. Chega aos ouvidos com sinceridade e leveza. Resumindo: “Oxnard” é perfeito. YES, LAWD.
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